Brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão trabalhando em território boliviano para combater incêndios que colocam em risco a preservação da Serra do Amolar, uma região de grande importância ecológica no Pantanal. As equipes brasileiras cruzaram a fronteira no último domingo (8) para iniciar os trabalhos de combate às chamas, que continuam nesta segunda-feira.
A operação foi coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, permitindo a entrada dos brigadistas no país vizinho. Segundo Thainan Bornato, responsável pelo planejamento de operações do Ibama no Pantanal, o envio das equipes à Bolívia visa principalmente proteger a comunidade indígena Guató, que habita a região.
“Enviamos 12 brigadistas autorizados para combater o fogo na Bolívia e garantir a segurança dos indígenas Guató. A operação ocorre durante o dia, com retorno ao Brasil no final da jornada, e conta com apoio das Forças Armadas”, explicou Bornato.
O fogo na Bolívia ameaça a Serra do Amolar, uma área reconhecida como Patrimônio Natural da Humanidade e lar de diversas espécies ameaçadas de extinção, além de impactar diretamente os territórios indígenas no Pantanal de Mato Grosso do Sul. O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) alerta que a linha de fogo possui aproximadamente 60 km de extensão, pondo em risco tanto a biodiversidade quanto as comunidades locais.
O Brasil e a Bolívia compartilham uma fronteira de mais de 3 mil quilômetros, e o Pantanal, conhecido como "Chaco" no lado boliviano, é uma das regiões afetadas pelas queimadas. Em resposta a um pedido oficial de ajuda feito em agosto pelo governo boliviano, o Brasil mobilizou brigadistas e recursos para conter os focos de incêndio, que já devastaram cerca de 3 milhões de hectares do Pantanal brasileiro, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (LASA-UFRJ).
As autoridades bolivianas também solicitaram o envio de aeronaves para combate aéreo e transporte de pessoal e equipamentos, além do apoio de brigadistas e bombeiros militares para reforçar o trabalho em solo. As ações são parte de uma estratégia conjunta para evitar uma catástrofe ambiental ainda maior na região.
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